Muita arte na rede Ello. Visualize:

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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Poema sobre a poluição atmosférica e o anti-tabagismo.


PRIMEIROS FUMOS DA CAÇADA ÀS BRUXAS




Publico aqui um poema que jamais publicarei em livro. Não que seu momento tenha passado, visto que os problemas expostos aqui continuam a nos dificultar a existência, incluindo a perseguição publicitária que os governantes do mundo fazem contra os fumantes, transformados em bodes expiatórios dos males atmosféricos causados, principalmente, por uma indústria e por veículos automotores que não estão de acordo, nem com o princípio da sustentabilidade, e muito menos com as preocupações referentes à qualidade de vida da humanidade.Ocorre que o tipo de escrita quase panfletária que usei na época, que me valeu o rótulo de "ultra-esquerda de vanguarda" (eh, eh), não é hábito meu,
Outro motivo que me leva a publicá-lo agora é o fato de que, tendo este poema sido refeito há pouco tempo, em sua estrutura sintática, por um equívoco na edição troquei a palavra "monóxido" por "dióxido". Visando apagar algum resquício de pontuação, apaguei a palavra original e a substituí por outra, semelhante em seu significante, equivocadamente. Se tivesse estudado mais química e estudado menos a minha percepção do ar que respiro, talvez não tivesse me enganado assim na dita edição do poema. 
Mas deixo aí o poema, interessante para quem nunca esqueceu as crianças acéfalas tão noticiadas há alguns anos atrás, e também para quem sofre discriminação social e até agressões nas ruas pelo simples fato de ser fumante.
E quais são as causas desta tragédia de muitos? Provavelmente a intenção de economizar alguns tostões com a previdência, o sistema de saúde, etc.


Poema por ocasião da Medida Provisória que primeiramente coibiu o fumo de tabaco em alguns recintos no Brasil.


naquela nem manhã manhã
nem sol fumava um cano de descarga
ao meu lado pela avenida
e era tosse e vinha o vômito
do monóxido que me entrava
fossa adentro das narinas

e eu nem idéia tinha
que mais poeta e para a margem
naquele dia eu acordava
mais uma lei ali me empurrava

foi sr. presidente assim o decreto
em ambientes mais obtusos
era onde a lei já se cumpria
à riscado e em linha reta

        MANTENHA O AR PURO
               NÃO FUME
   É PELA SAÚDE DE TODO O MUNDO
        diziam já os cartazes

eu era o fumante pasmo com mais um feito
de apartheid e perguntava
e saúde dos que dormem
na rua mesmo barriga rosnando
na coberta fria de ar
deste meu nada amoenus locus no sul
só um exemplo

e que lei que me protege do dragão
que é cada carro e da atmosfera
que se enfumaça pela usança
de cada produto industrioso nosso
e
ora mas tudo isso
é muito
do necessário
já vinham dizendo
no êxtase ainda
os anti-tabaco mas não
pra mim que ando a pé
tem necessidade do seu carro
e pra mim que preciso
é necessário o meu cigarro
que cada qual que um a um
fumo é um dom de ver
a tanta coisa irrespirável
e ao deus ignoto prouvera outra coisa

vão lá governos governadores do goela abaixo
dar remédio na boca de fartura felicidade
e ver as bruxas ali logo embaixo
das suas fuças

e se ao menos não isso
tenham a nobreza não de aristocrata
não me distraiam um povo
com mais esse circo
de discussão tão boba de babaca



17.07.96 





quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Poemas, de Adrian'dos Delima

    


Poemas

alegre
logradouro
do êxito

não hesito
em dizê-lo
são meus
  
ninguém rouba                                                           

objetos
que tem casa
aqui no peito

ninguém me rouba
o orgulho

de
ter vivido
e feito



(meados dos anos 1990)







    
uns
MIls
son
miOS
  
Foto Janaína Bueno Bady, edição (simples) Adrian'dos.



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Poema de Severo Sarduy em português. Tradução Adrian'dos Delima.

No mês em que, no Brasil, comemoramos a consciência negra, deixo aqui este pequeno poema do cubano Severo Sarduy, forjado no ferro da justiça do deus africano Xangô.

Adrian'dos Delima



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Poema sobre a poluição atmosférica e o anti-tabagismo.



PRIMEIROS FUMOS DA CAÇADA ÀS BRUXAS




Publico aqui um poema que jamais publicarei em livro. Não que seu momento tenha passado, visto que os problemas expostos aqui continuam a nos dificultar a existência, incluindo a perseguição publicitária que os governantes do mundo fazem contra os fumantes, transformados em bodes expiatórios dos males atmosféricos causados, principalmente, por uma indústria e por veículos automotores que não estão de acordo, nem com o princípio da sustentabilidade, e muito menos com as preocupações referentes à qualidade de vida da humanidade.Ocorre que o tipo de escrita quase panfletária que usei na época, que me valeu o rótulo de "ultra-esquerda de vanguarda" (eh, eh), não é hábito meu,

Outro motivo que me leva a publicá-lo agora é o fato de que, tendo este poema sido refeito há pouco tempo, em sua estrutura sintática, por um equívoco na edição troquei a palavra "monóxido" por "dióxido". Visando apagar algum resquício de pontuação, apaguei a palavra original e a substituí por outra, semelhante em seu significante, equivocadamente. Se tivesse estudado mais química e estudado menos a minha percepção do ar que respiro, talvez não tivesse me enganado assim na dita edição do poema.

Mas deixo aí o poema, interessante para quem nunca esqueceu as crianças acéfalas tão noticiadas há alguns anos atrás, e também para quem sofre discriminação social e até agressões nas ruas pelo simples fato de ser fumante.

E quais são as causas desta tragédia de muitos? Provavelmente a intenção de economizar alguns tostões com a previdência, o sistema de saúde, etc.





17.07.96 - por ocasião da Medida Provisória que primeiramente coibiu o fumo de tabaco em alguns recintos no Brasil





naquela nem manhã manhã

nem sol fumava um cano de descarga

ao meu lado pela avenida

e era tosse e vinha o vômito

do monóxido que me entrava

fossa adentro das narinas



e eu nem idéia tinha

que mais poeta e para a margem

naquele dia eu acordava

mais uma lei ali me empurrava



foi sr. presidente assim o decreto

em ambientes mais obtusos

era onde a lei já se cumpria

à riscado e em linha reta



          MANTENHA O AR PURO

                    NÃO FUME

      É PELA SAÚDE DE TODO O MUNDO

         diziam já os cartazes



eu era o fumante pasmo com mais um feito

de apartheid e perguntava

e saúde dos que dormem

na rua mesmo barriga rosnando

na coberta fria de ar

deste meu nada amoenus locus no sul

só um exemplo



e que lei que me protege do dragão

que é cada carro e da atmosfera

que se enfumaça pela usança

de cada produto industrioso nosso

e

ora mas tudo isso

é muito

do necessário

já vinham dizendo

no êxtase ainda

os anti-tabaco mas não

pra mim que ando a pé

tem necessidade do seu carro

e pra mim que preciso

é necessário o meu cigarro

que cada qual que um a um

fumo é um dom de ver

a tanta coisa irrespirável

e ao deus ignoto prouvera outra coisa



vão lá governos governadores do goela abaixo

dar remédio na boca de fartura felicidade

e ver as bruxas ali logo embaixo

das suas fuças



e ao menos se não isso

tenham a nobreza não de aristocrata

não me distraiam um povo

com mais esse circo

de discussão tão boba de babaca



 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

"O ofício que mais me agrada (L'OFICI QUE MÉS M'AGRADA)". Joan Salvat-Papasseit, traduzido ao português por Adrian'dos Delima.

"O ofício que mais me agrada (L'OFICI QUE MÉS M'AGRADA)". Poema do futurista catalão Joan Salvat-Papasseit, traduzido ao português por Adrian'dos Delima. Um poema social e, ao que se diz, "para niños", publicado postumamente, em 1925.



Tradução Adrian'dos Delima