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sábado, 22 de dezembro de 2012

Ciclo um pouco da merda toda, poemas de Adrian'dos Delima.



  




ciclo um pouco da merda toda 2012


1. viracocheira

ó senhora
gentil ama e lady
cocheira
que em outra era

  eu usaria o rebenque
conforme o direito
romano ditante

apaga – 'sta – merda – aí – toda
bufante
de carruagem dos infantes
filhinh

os

do despapá preocupadinho com des
necessidades reizinhos da casa
e deste jeito uns pré
filhinhos de uma puta

bem criados com
lady babysitter
fone 98321283

tira lá gentil dessituada
com toda esta porqueira estacionada
na borda do passeio
esvaziado
de pedestres em eject pra longe
do ofego de fumo lacrimogênio expulso
por pau oculto como
  
um de qualquer corpo suíno
um de um dissimulado

é uma ama dando
na cara o que não presta
o que me dizes
queres que te digam em trovas milady
fedoreira desde hoje fudedeira do
mundo futuro dito
isso com sujo-sentido



2. a ronald augusto sem de cujas sam as traduções de muitos poemas por mim não se traduziria tal poema este aqui 2º

também cagando paa lei e lá os dela macho dela  e
fêmeas
os que as caigaram idem
aporta sim aqui o respeito
que não bateu na minha porta ou
invadiu como nas ditaduras ocidentalmente
mortas
mas sim chegou de berço na cegonha já
que era minha mãe carregando barriga
com meu pai adebraçada

em um incidente como o desses
que todos os dias acidenta as vidas
dos transeuntes
a vergonha é primeira que se foi ausente
e enquanto a passar em ida
damos visto e aceite


e não dos paus da lei poobados per
parávoas
pero peros sirêncios da decência que não me descem
formando sinais que não silentes fazem de
sirenas vezes
  
11 09 2012


3. o carroceiro grita na manhosinha

o carroceiro grita na manhosa seu fanho da manhãzinha
eu encorujo e eu é que não pretendo me encorajar de ir lá no frio
pra nenhuma ver dessas verduras
só de lembrança é visualizo uma carroça de madeira com um véio em cima gordo
puxados por um cavalo nem tanto
grita olha a meterraba
é um velho bem bagaça
sai de dentro de casa uma senhora com o olho arregalado
segue tudo arregrado
a linha de bosta do equino não me incomoda
a merda dos seres humanos vem de longe num rastro
o cavalo puxar a carroça acho um bom negócio
a rua fica limpa sem poluição o cavalo fica saudável
a freguesia acorda cedo e come vegetais para a saúde o cavalo pasta os carros dormitam ainda
não tem atropelo embora agora essa vulgaridade que não vem de agora
também na conta das porqueiras todos na historinha
ficam todos bem tratados e eu respiro melhor aliviado


29 08 2012



  

4. estrelas-anãs                 

quando criança eu tamém tive a preferência
aos carros que às carroças
vocês tamém vão ter o seu dia de serem
grandes (como os pequenos)
idiotas

primeiro me vidravam os carros de corrida
mas foi pouco depois quando
os que amam a velocidade
com um tal de presidente Collor
chamaram de carroça nosso carro
e pau velho
como se a calma e o trabalho
e o atraso fossem a mesma bosta
mas atraso mesmo é qualquer carro rápido
         que tu pa  chegar na hora
      ou nunca
  ele gospe fumaça
um cavalo me disse
no trânsito de torcida entranha
e era mais esperto que muitos

o mero pum do carro é pior que o cocô do cavalo
nunca escuto o cavalo dar um pio de um relincho
em meio à sociedade
já os autos que maleducados
uns peidões gritões
que babugem sai de sua bocas motoristas
e já quem sabe o que um equino baba
o que ele diria
provavelmente algo mais pela justiça
            que tudo isso

esperam esperam
pra falar
não sei
se o falsamente tão perto dia em breve
que os carros passem por cima dos bi e dos quadrupedestres
não como de tomates
nem como em um v
oo
de galinha e num voo
de ave ave
ave
a v
er

ah que é passei mai calmo aqui embaixo
desque nada que
lencimapasse
não caia
de estrela cadente nã 
e cai caia balão
de estrela-anã  
e só cá na mi’amão                                         
  
  13 09 2012



5. quem come caga

tem um sentido de orgulho de ter
em casa de térreo chão
gramado também muito terreiro
sem corte e de folhas secas das árvores dando de pilhas
e na frente um muro baixote para
mendigos poderem pular e cagar
para o outro lado de dentro
abrigado

e tem algo de soberba eu como o mahatma reunir
tudo isso com a merda
dessa
latrina de párias
porque a merda de um mendigo
é mais limpa que a de qualquer
que ganhou pão
engolindo não sei que porcaria
que mantenha
mesmo que em migas
apoiada em pé nossa estrutura
e deixe ainda ao qualquer numa posição mais nobre
em pirâmide essa

a qualquer tal de vocês a quem é dada a suíte faraocial
o lugar honoris alto no mausoléu
onde foi cimento o muito sovado
de carne sem nem direitos dos operários

digo é melhor continuar sentando aí na pontinha
deixando escorrer as suas fezes liquefeitas
pelas paredes de medo em alteranças
por vazantes dos rios nilos

temos visto que estas coisas terminam em autocanibalismo

e da consciência cagada
não há santo que limpe
a sujeira

dela sorte entre vocês têm os que não a tenham


07 09 2012



6. primavera das pragas
  
Flores que preferimos pisar. Nada pessoal.

são o adubo que não vai dar em nada
é época das cores mais feias
parecem uma espécie
de praga nos canteiros das avenidas
as flores com caras de candidatos
pior lançamento-estação das primaveras já vistas
nas floreiras
quando nos chegue o derradeiro dia da festa
da democracia
vai ser fim de primavera da minha praga
com todas as corolas
espalhadas para o pisoteio
ninguém as quer
as querem mortinhas da silva
a sujeira vai pesar qual de outono o mais sujo
com as ruas cobertas de panfletos para
nos adentrar no pior
e de sempre
inverno
escuro como
nuclear ao quadrado
e aprontando melhor com a gente pra as coisas que mutação não sofrem
coisas tais que só sofrem a ação de
serem as mesmas
ou quem sabe neste senso
não são sofrentes de nada porque sim o votante em potência
e essa é a primavera é a
vera a verdade a
vera das veras que ninguém quer primidade de ser primo digo
nem ninguém quer ver a sua prima idade
(e sua última)
mas sendo eleitos leitões pra mamar deitados
quem o sabe
para o próximo e longo inverno de Praga
nuclear ao catzo
nem ao quadrado
são o adubo que não vai dar em nada
era como eu começava

04 09 2012



7. A CALÇADA DE INFAMES

velociclísticos
e tramoieiros e provalecidos
de desordenado bando
casual
  
Babacas andando em círculos.
de cada dia
se reúne em
arrodeada de
relógio de sol
esse
de horário de almoço comercial e
contam seus causos cada
vendo
quem ri mais alto
e o que é não contado
é o quem ri por último

em carpe diem
um dia carpido
por ser o alfa
antes que a janta
os carpa
os cape
os descapacite
os decapite
do seu ponto alto

08 10 2012




8. DADO NO 7

calçada onde tem faço uma aposta no pensamento
vou fazendo escolhas
de quadrados
dizia einstein que deus não é chegado do jogo
de dados
uma goteira no guarda-chuva
lança pelo menos um dardo
na minha cabeça
já fiz essa aposta

no um ano de retardo
que a chuva veio
ela forma a bacia amazônica com as ruas daqui
arrastando um que sou eu a tirar
e quase mandar o sapato
nadar pra bem longe
pro esgoto
qual se fosse eu o cara pré-urbano
incivilizado
e jeca-tatuado de pés descalços
e já minha esposa 
divide inclusive o ilhéu de uma pedra
saliente com
uma ratazana sem vias
senão
decidir-se ao nado
fica decidida a igualdade
hoje
quando
mais um pouco e os carros
daqui a pouco engasgados empacam
e dejetam
condutores à cata do próximo bueiro senão o próprio
e querendo despejar quem sabe indigentes das marquises
ficam
tudo e todos da mesma peça no tabuleiro
bem jogado desse aguaceiro de deus que desaba
o mundo e
que desliza nas lombas em cascatinhas
pedras pretas se iluminando por essa luz
por essa que pouco passa
pro asfalto as
águas rolam &
rolo 
sendo eu um dado que pode
dar um número improvável

19 09 2012




9. um antipoético ginsberg

embora o guru ginsberg diga sob
este ponto de vermos
um antipoético
"meta a mão no monte de merda"
"é o mundo" dizer que "a política o fez sujo" é uma outra das boas
suas

por enquanto uns como
eu
planejo me manter numa vida
asséptica embora
não tão de asceta e
vou limpando o lixo eleitoral das
propagandas que pela frente me infectam


05 1012




  
10. néscias vias


já que juntos
em caos criativo não
cri
am se
não con
fusão desfusão.com
melhor se parar
em

vias múltiplas
para cada
espécime
em uma
espécie de .org
org
desanizacão
inorgânica e contra
a no
ssa natura
mas não
no
ssa vida 
não

melhor pra
que nun
ca nun chegue
às vias
nessas vias
não

não vivo disso

mas já vindo

nisso

embora

nem morto
não vou
não vou não

e nem que
nas ruas
pilotos de caça
me sobre
estrondem

nem que me apontem
pistolas
malditos
polícias de folga
seguros espiões
e os tiros até ecoem

de monstros 
o demonstro 

em monstras
demonstrações


24 01 2013


11.  Poemas

alegre
logradouro
do êxito

não hesito
em dizê-lo
são meus
  
ninguém rouba                                                           

objetos
que tem casa
aqui no peito

ninguém me rouba
o orgulho

de
    
Foto Janaína Bueno Bady, edição (simples) Adrian'dos.
ter vivido
e feito



(meados dos anos 1990)







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